Defensoria alerta para iminente colapso da saúde em Campo Grande

 

Colapso saude 

Campo Grande enfrenta um cenário de iminente colapso, marcado por desabastecimento generalizado de medicamentos e insumos (Foto: Ilustrativa)

Texto: Guilherme Henri

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul alerta para uma grave situação sobre a saúde pública na Capital.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Atenção à Saúde (NAS), defensora pública Eni Maria Sezerino Diniz, Campo Grande enfrenta um cenário de iminente colapso, marcado por desabastecimento generalizado de medicamentos e insumos básicos, tanto na atenção primária quanto nos serviços de urgência e emergência.

“O aumento expressivo na busca por medicamentos, muitos deles de atenção básica que não são de alto custo, evidencia que a rede pública não está conseguindo dar conta das demandas essenciais da população. As unidades de pronto atendimento e os Centros Regionais de Saúde estão completamente desabastecidos de insumos básicos, medicamentos e materiais necessários para assistência”, afirmou.

Outro ponto crítico identificado pela Defensoria se refere ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Conforme denúncias recebidas e verificações iniciais do NAS, o município não dispõe de estoque de adrenalina para o final do ano, medicamento indispensável para ocorrências graves.

“A falta desse insumo é extremamente preocupante, especialmente em um período reconhecido pelo aumento de casos de infartos e outras intercorrências cardíacas. Toda a população está vulnerável: desde usuários do SUS até autoridades e integrantes do poder público. Isso indica possíveis mortes evitáveis”, alertou a coordenadora.

Urgente

Diante da gravidade do cenário, a Defensoria Pública de MS expediu ofício à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e aos órgãos de vigilância, solicitando informações sobre o planejamento municipal para enfrentamento do desabastecimento.

A instituição concedeu prazo de 24 horas para que a gestão municipal apresente os dados e o plano de contingência solicitado.

“Não se trata de construir agora um planejamento novo. Um plano já deveria existir, pois a aquisição de medicamentos não ocorre da noite para o dia. Basta informar. Caso não haja resposta ou se o que for apresentado não for minimamente aceitável, a Defensoria irá avaliar medidas jurídicas emergenciais, inclusive acionando o Ministério Público do Estado”, explicou a defensora.

Procedimentos oficiais

A Defensoria instalou procedimento administrativo para acompanhar a situação e pontua que todas as ações serão devidamente publicadas nos órgãos oficiais. A instituição aguarda as respostas da Sesau para, então, definir os próximos passos.

“Não podemos e não vamos permanecer inertes diante desse grave quadro da saúde pública. Nosso papel é garantir que o ente público apresente alternativas viáveis e imediatas para proteger a população”, destacou Eni.

Agravamento hospitalar

A defensora também informou que houve aumento significativo na taxa de ocupação hospitalar, o que, segundo ela, demonstra que a rede básica de saúde está falhando em absorver os atendimentos iniciais, sobrecarregando unidades de maior complexidade.

“Quando a atenção básica não funciona, o sistema inteiro sofre. E é isso que estamos constatando: a rede não está conseguindo fazer frente às necessidades da população”, afirmou.


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Coordenadora do NAS, defensora pública Eni Maria Sezerino Diniz (Foto: Arquivo/ DPMS)

Defensoria Pública-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul

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