Coordenador do Nuspen, Mauricio Barbosa durante palestra. (Foto: Reprodução/DPGE-MS)
Texto: Vitor Ilis
A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul participou da III Semana da Luta Antimanicomial do Estado, realizada em Campo Grande. O coordenador do Núcleo Penitenciário (Nuspen), defensor público Maurício Augusto Barbosa, integrou a programação como palestrante em uma das mesas-redondas do evento, que teve como tema “Hospitais de custódia: O mito da periculosidade da loucura”.
O encontro reuniu profissionais do sistema de justiça, da saúde mental, da educação e da sociedade civil para discutir os desafios do modelo de internação compulsória e os impactos da lógica manicomial no Brasil.
Durante a palestra, o coordenador propôs reflexões sobre o cuidado em liberdade como alternativa às práticas de segregação.
“A contribuição da Defensoria Pública foi trazer uma visão crítica sobre os hospitais de custódia no Brasil, apresentando os desafios, os avanços e as possibilidades no campo da saúde mental, do sistema de justiça e das políticas públicas que visam o cuidado em liberdade”, explicou o defensor.
A edição de 2025 teve como inspiração a trajetória do artista Arthur Bispo do Rosário, que viveu por décadas internado em instituições psiquiátricas e tornou-se símbolo de resistência e produção artística em contextos de exclusão. O evento buscou ampliar a discussão sobre os limites entre loucura, arte e cidadania, reforçando a importância da escuta e da autonomia dos sujeitos.
Além das mesas de debate, a programação da Semana da Luta Antimanicomial contou com oficinas, apresentações culturais, exibição de trabalhos acadêmicos, caminhada e corrida, reunindo participantes de diversas regiões do estado. O encontro é organizado por instituições ligadas à saúde mental, movimentos sociais, universidades e órgãos públicos.
Defensor durante mesa-redonda 'Hospitais de custódia: O mito da periculosidade da loucura'. (Foto: Reprodução/DPGE-MS)