Inédito em Mato Grosso do Sul, projeto da Defensoria Pública MS em parceria com a Polícia Civil tenta evitar a reincidência de agressores e ampliar a visão das vítimas de violência doméstica quanto a Lei Maria da Pena utilizando dinâmicas do direito sistêmico e da constelação familiar.
A princípio o projeto é desenvolvido pela Defensoria Pública em Rio Negro – a 154 quilômetros de Campo Grande.
Segundo a defensora pública Jamile Gonçalves Serra Azul, a proposta foi baseada em projeto encabeçado pelo Judiciário do Rio Grande do Sul considerando o ciclo da violência doméstica.
“Muitas vítimas acabam retirando a queixa no dia seguinte da agressão e também não entendem a complexidade da Lei Maria da Penha. Queremos ampliar a visão desta vítima para que ela se sinta protegida e ao mesmo tempo, por meio de dinâmicas tentar evitar uma reincidência do agressor”, detalha a defensora.
A primeira turma é composta de 16 pessoas envolvidas em ocorrências de violência doméstica. No total, serão três encontros sendo que o primeiro ocorreu no dia 17 deste mês. Os próximos estão programados para junho e julho. Um dia só participam as vítimas e no outro os supostos agressores. A reunião é realizada com a presença da defensora, do delegado e da agente da polícia civil responsável pelos casos desta natureza.
Ainda conforme Jamile, as constelações são fundamentadas no alemão Bert Hellinger - autor de mais de 80 livros sobre a temática e considerado um dos principais filósofos dos dias atuais.
“Com o sucesso, a proposta é a cada três meses novas partes que registraram boletim de ocorrência de violência doméstica serem convidadas a participar”, conclui a defensora pública.