
Defensoras e demais mulheres protagonistas na organização ou apoio ao evento (Foto: Matheus Teixeira)
Texto: Matheus Teixeira
Como tem se dado a relação de mulheres com a inteligência artificial e a representação delas por meio das criações sintéticas? A resposta para esta questão foi dada por duas juízas de Direito de expressão nacional, no seminário “Inteligência Artificial e Gênero: Como a tecnologia reproduz (e pode mitigar) desigualdades”.
O evento, foi realizado pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, por meio da Escola Superior (ESDP), em parceria com a Comissão Estadual da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ-MS). No auditório da ESDP, as painelistas foram as juízas Adriana Barrea, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), e Flávia Martins de Carvalho, também do TJSP, juíza auxiliar no Supremo Tribunal Federal (STF) e doutora em Filosofia.
A fala de Barrea foi mediada por Fabiana de Moraes Cantero e Oliveira, advogada e membro da ABMCJ-MS. Por sua vez, Carvalho falou com mediação da defensora Thaís Dominato Silva Teixeira, titular da 1ª Defensoria de Defesa das Mulheres de Campo Grande e quem propôs o seminário. Todas promoveram uma reflexão qualificada sobre os impactos da inteligência artificial nas relações de gênero. Discutiram como essa tecnologia pode reproduzir desigualdades e apresentaram estratégias e boas práticas para mitigá-las, especialmente no âmbito das políticas públicas e do sistema de Justiça.
Evento da ESDP foi realizado de maneira híbrida (Foto: Matheus Teixeira)
Barrea enxerga que a inteligência artificial precisa ser encarada como potencializadora da criatividade humana. “Devemos oferecer conteúdo, e não somente utilizar a inteligência artificial para otimizar tarefas”, pontua. “O que é ser humano? Buscar respostas para essa pergunta é urgente em tempos de inteligência artificial, porque esse é o desafio ético do nosso tempo”, complementa Carvalho.
A defensora pública Débora Maria de Souza Paulino, diretora da ESDP, e Dirce Maria Gonçalves Nascimento, presidenta da ABMCJ-MS, disseram, durante a abertura oficial do seminário, que o assunto escolhido para o evento é uma pauta urgente e de enorme importância para todas as pessoas.
Lançamento de livro – Logo após o término do seminário, Flávia Carvalho lançou o livro “Jurisvivência: Direito e Literatura na escrevivência de uma mulher preta, pobre e juíza”. O lançamento se deu no hall de entrada da ESDP.

