Coordenadora do Nudem, Kricilaine Olsman durante apresentação em Caarapó. (Foto: DPE/MS)
Texto: Vitor Ilis
A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul realizou na sexta-feira (7) uma capacitação para integrantes da rede de atendimento a mulheres em situação de violência em Caarapó.
A ação foi coordenada pela coordenadora do Núcleo de Defesa das Mulheres (Nudem), defensora pública Kricilaine Oliveira Souza Oksman, e contou com a participação da psicóloga do Nudem, Keila de Oliveira, e da servidora Amélia Luna Prado.
A capacitação reuniu servidoras e servidores de diversos órgãos que compõem a rede de atendimento no município. No período da manhã, após a fala da defensora pública de Caarapó, Karina Figueiredo de Freitas, a psicóloga Keila de Oliveira tratou sobre gênero e os estereótipos correlatos. Na sequência, Kricilaine discorreu sobre a Lei Maria da Penha e a Defensoria como integrante da rede de proteção.
“Conduzi, em parceria com a Keila, psicóloga do Nudem, uma capacitação para integrantes da rede de atendimento a mulheres em situação de violência em Caarapó. Durante todos os trabalhos, houve partilha das experiências das pessoas presentes, especialmente no tocante às questões indígenas, que marcam fortemente a realidade local”, afirmou Kricilaine.
No período da tarde, Keila apresentou uma síntese de como deve ocorrer o atendimento às mulheres pela rede. A coordenadora do Nudem explicou que a última parte da capacitação envolveu a formação de três grupos para estudos de casos, que foram sugeridos pelas próprias pessoas presentes e, ao final, apresentados e debatidos por todas as participantes.
A psicóloga Keila de Oliveira destacou os objetivos da capacitação e a importância da atuação integrada entre os órgãos.
“A capacitação em Caarapó teve como objetivo fortalecer a atuação integrada entre os diversos órgãos e serviços que compõem a rede de atendimento às mulheres em situação de violência, especialmente no âmbito da assistência social, saúde e educação, muitas vezes as principais portas de entrada da mulher na rede. A partir de uma perspectiva de gênero, buscamos refletir sobre as raízes estruturais da violência e o papel de cada instituição na garantia de uma resposta efetiva e humanizada, sobretudo com foco nas mulheres indígenas e nas especificidades das aldeias”, afirmou.
Keila (à esquerda), Amélia Luna, coordenadora Kricilaine e defensora Karina Figueiredo. (Foto: DPE/MS)
Keila ressaltou ainda o papel da Defensoria na formação continuada de profissionais da rede.
“A Defensoria Pública, enquanto instituição essencial à promoção dos direitos humanos e à defesa das mulheres, atua não somente no atendimento jurídico individual, mas também na articulação da rede e na formação continuada de profissionais. Esses momentos de diálogo e troca de experiências são fundamentais para aprimorar o acolhimento, a escuta qualificada e o encaminhamento adequado das mulheres que buscam proteção e justiça”, completou.
A rede de atendimento a mulheres em situação de violência é composta por diversos órgãos e serviços, como delegacias especializadas, centros de referência de assistência social, unidades de saúde, poder judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública. A capacitação visa melhorar a comunicação entre esses serviços e garantir um atendimento mais efetivo às vítimas.