Defensores Thaisa Defante, Nancy Carvalho, Pedro Gasparini e Renata Bernardes Leal (crédito da foto: Guilherme Henri)
Texto: Guilherme Henri
A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul levou o atendimento móvel com a “Van dos Direitos” às entranhas do bairro Nhanhá, em Campo Grande, em uma ação voltada para o atendimento às pessoas em situação de rua.
Para o defensor público-geral Pedro Paulo Gasparini, a presença da Defensoria em territórios como o Nhanhá reforça o compromisso de ultrapassar as paredes dos gabinetes. “Nosso atendimento transcende o gabinete. Quanto mais conseguimos ir às periferias, quilombos e comunidades ribeirinhas, mais nos aproximamos de quem realmente precisa. Hoje, ao atender pessoas em situação de rua, reforçamos nosso papel de acolher aqueles que muitas vezes são invisibilizados”, afirmou.
O defensor-geral destacou ainda a importância das parcerias com órgãos municipais e estaduais. “Esse trabalho em conjunto com o Executivo e outras instituições é fundamental para oferecer um atendimento completo a essa população vulnerável”.
Defensoria de cara e alma
A presidenta da Associação das Defensoras e Defensores Públicos de MS (Adep/MS), defensora pública de 2ª Instância Nancy Gomes de Carvalho, também esteve presente no mutirão e enfatizou que ações como esta são a verdadeira essência da Defensoria Pública.
“Quando vamos até o cidadão, estamos cumprindo nosso papel constitucional. Muitas dessas pessoas sequer têm registro de nascimento ou condições de se deslocar até nós. Para mim, esse é o projeto mais importante da Defensoria. Como diz Milton Nascimento, “nós temos que ir aonde o povo está'”.
União de forças
A coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), defensora pública Thaisa Raquel Medeiros de Albuquerque Defante, explicou que a ação foi realizada em parceria com o Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) e o Consultório na Rua, ambos vinculados à Prefeitura de Campo Grande.
“Esses profissionais conhecem de perto as dificuldades da população em situação de rua. Trabalhar lado a lado com eles é essencial para entender e atender as necessidades dessa comunidade. Também estamos inseridos na campanha nacional da Anadep, que tem o objetivo de promover a superação da situação de rua, destacando a importância de políticas públicas intersetoriais”, detalhou a coordenadora.
Documentação e dignidade
Segundo a gestora de projetos e convênios, defensora pública de 2ª Instância Renata Gomes Bernardes Leal, a principal demanda no atendimento foi a emissão de documentos.
“Muitas pessoas chegam sem nenhum registro ou com documentos rasurados. Também atendemos casos de consulta processual, principalmente na área criminal, e percebemos que essas pessoas têm confiança em buscar nossa ajuda”, pontua.
Sem constrangimento
Entre os atendidos estava Wellington Frank Baldés Gruber, de 36 anos, que buscava ajuda para regularizar sua documentação. “Fui muito bem atendido. Tenho certeza de que vou conseguir resolver tudo”, disse o assistido, otimista.
Viviane da Silva Dias, de 38 anos, também foi atendida e elogiou a iniciativa. “Eu não tenho ânimo de ir até o centro resolver essas coisas. O atendimento aqui me facilitou muito, sem constrangimento”, contou.