Texto: Danielle Valentim
Na Semana Estadual de Prevenção e de Combate à Depressão no Mato Grosso do Sul e no Dia Nacional de Enfrentamento à Psicofobia, 12 de abril, a Defensoria Pública foi palco de um debate com toda a rede de proteção de Saúde Mental de Campo Grande. A principal pauta levantada foi a “fragmentação” que não pode existir no tratamento de pessoas com transtornos mentais no Sistema Único de Saúde.
A coordenadora do Núcleo de Atenção à Saúde (NAS), defensora pública Eni Diniz, explica que o encontro, além de organizar o fluxo de pacientes, tem o objetivo de estreitar a comunicação entre os profissionais de toda a rede.
“A comunicação efetiva pode solucionar problemas. É, por isso, que a Defensoria tem se reunido com a rede, com o Município, com o Estado para que ninguém fique desassistido”, pontua a coordenadora do NAS.
Além do preconceito, o desconhecimento da população sobre o que o SUS pode oferecer é grande. São tratamento longos que tem todo um desenvolvimento e tratamentos para vida inteira.
“Internar contra a vontade é um tratamento que as políticas de saúde mental não preconizam. Normalmente, dependentes químicos ficam internados por 90 dias como diz a lei, para pacientes com transtorno psiquiátrico o prazo depende da situação. A fragmentação do tratamento da rede ainda é principal problema encontrado no tratamento de pacientes com transtornos mentais. O paciente em situação de rua, por exemplo, não tem região de referência, não tem vínculo com a família e o que mais acontece é a paralisação do tratamento. O tratamento não pode ser fragmentado, pois é um tratamento para a vida inteira”, explica a coordenadora.
Deliberações
Após os debates, os presentes decidiram que as reuniões com toda a rede de proteção acontecerão mensalmente. Uma reunião com entre a rede e a coordenação de saúde mental de todos os hospitais que possuem leitos psiquiátricos, como Santa Casa, Hospital Regional e Hospital Nosso Lar, também será agendada.
A terceira deliberação da reunião é a busca pela inclusão de outros serviços de saúde para os pacientes psiquiátricos, como o raio-X, tendo em vista, a presente psicofobia nas unidades de saúde e hospitais.
Além das coordenadoras do NAS e Nudeca, defensoras Eni Diniz e Débora Paulino, participam da reunião médicos intensivistas, psiquiatras, assistentes sociais, psicólogos, representantes dos CAPs Margarida, Vila Almeida e Aero Rancho, da Sesau, SAS, Hospital Regional, Hospital Nosso Lar, Projeto Atenda (SAS) e Consultório da Rua (Sesau).